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Naltrexona (LDN)

A Naltrexona foi produzida pela primeira vez em 1965 e foi aprovada para uso médico nos Estados Unidos em 1984, para ser usada no tratamento […]

Naltrexona

A Naltrexona foi produzida pela primeira vez em 1965 e foi aprovada para uso médico nos Estados Unidos em 1984, para ser usada no tratamento da dependência química ao álcool e ao ópio.

A Naltrexona é um antagonista opióide que bloqueia os efeitos dos opióides, reduzindo o desejo e sentimentos de euforia associado ao uso dessas drogas.

A Naltrexona e a Bupropiona, um antidepressivo, demonstraram ter um efeito sinérgico na perda de peso. Em 2014 e 2018, foi aprovado respectivamente, nos Estados Unidos e União Europeia, o lançamento dos medicamentos Contrave e Mysimba.

O uso da Naltrexona em dose baixa (LDN), que não excede a dose de 4.5mg/dia, é uma nova terapia com uso off-label, que vem sendo utilizada para doenças autoimunes, doenças neurodegenerativas, câncer, fibromialgia, endometriose, síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e outras indicações que veremos abaixo.

O que é uso off-label?

O uso off-label é o uso de medicamentos para uma indicação ainda não aprovada em bula. Tanto os medicamentos que necessitam de receita médica, quanto os de venda livre, podem ser usados ​​de forma off-label.

O uso de medicamentos com indicações que não estejam aprovadas em bula, devem ser prescritas por profissionais de saúde e com consentimento dos clientes. Por exemplo, o metotrexato, farmacologicamente, é classificado como um medicamento antimetabólito devido seu efeito antagonista no metabolismo do ácido fólico. No entanto, ele é usado na como um imunossupressor no tratamento das doenças inflamatórias e autoimunes.

O uso off-label é legal tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos.

Indicações da Naltrexona em dose baixa (LDN)

O Dr. Jill Smith, em seu artigo original: “Terapia com Naltrexona em dose baixa na melhora da doença de Crohn em atividade”, publicado na edição de janeiro do American Journal of Gastroenterology em 2007, apresenta oficialmente um novo protocolo de tratamento para o mundo da medicina científica. Várias são as indicações da Naltrexona, devido a sua capacidade de agir regulando a atividade do sistema imunológico, sendo útil tanto nas doenças inflamatórias e autoimunes, onde o sistema imune funciona de forma exagerada, quanto nas doenças onde o sistema imune não funciona adequadamente, como nos casos de HIV, câncer e outras doenças:

 

DOENÇAS AUTOIMUNES
  • Pênfigo
  • Psoríase
  • Esclerodermia
  • Dermatomiosite
  • Artrite Reumatoide
  • Síndrome de Sjogren
  • Espondilite Anquilosante
  • Lúpus Eritematoso Sistêmico
  • Doença Celíaca
  • Doença de Crohn
  • Retocolite Ulcerativa
  • Tireoidite de Hashimoto
  • Miastenia Gravis
  • Síndrome Nefrótica
  • Síndrome Stiff Person
  • Granulomatose de Wegener
DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS
  • Autismo
  • Mielite transversa
  • Doença de Alzheimer
  • Doença de Parkinson
  • Esclerose Múltipla (MS)
  • Esclerose lateral primária (PLS)
  • Paraparesia espástica hereditária
  • Paralisia supranuclear progressiva
  • Esclerose lateral amiotrófica ou doença de Lou Gehrig (ELA)
CÂNCER
  • Mama
  • Útero
  • Ovário
  • Fígado
  • Bexiga
  • Próstata
  • Pâncreas
  • Garganta
  • Cólon e Reto
  • Mieloma Múltiplo
  • Melanoma maligno
  • Tumor Carcinoide
  • Leucemia mielóide
  • Leucemia linfocítica crônica
  • Linfoma Hodgkin e Não-Hodgkin
  • Rim – Carcinoma de Células Renais
  • Pulmão – Com exceção para o de pequenas células
  • Cabeça e Pescoço – Carcinoma de células escamosas
  • Cérebro – Astrocitoma, Glioblastoma e Neuroblastoma
OUTRAS DOENÇAS
  • HIV/AIDS
  • Distonias
  • Sarcoidose
  • Fibromialgia
  • Endometriose
  • Enfisema e DPOC
  • Cirrose biliar primária
  • Resfriados comuns
  • Síndrome da Fadiga Crônica
  • Síndrome do Intestino Irritável

Resumo de artigos sobre a Naltrexona em dose baixa (LDN)

Dr. Bernard Bihari MD, descobriu Em 1985, os benefícios da Naltrexona em dose baixa (LDN) quando ingerida na hora de dormir, na dose de 3 a 4.5mg. Ele percebeu que ela era capaz de aumentar a resposta imunológica dos pacientes com infecção por HIV.

Dr. Bernard Bihari, também descobriu em sua prática clínica, na década de 1990, que pacientes com linfoma e câncer no pâncreas podiam se beneficiar de forma dramática com o uso da Naltrexona em dose baixa (LDN).

Dr. Jill Smith, Professor de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Pennsylvania State University, descobriu que dois terços (89%) dos pacientes portadores da doença de Crohn em uso da Naltrexona em dose baixa (LDN), entraram em remissão total. Os outros 11% do grupo piloto, também responderam bem em algum grau. Ele concluiu: A Naltrexona em dose baixa (LDN) é eficaz e segura em pacientes com doença de Crohn ativa. Veja as imagens abaixo:

 

 

 

 

 

 

 

Figura A: Mostra o reto de um paciente com doença de Crohn ativa antes de iniciar a terapia com Naltrexona em dose baixa (LDN). Veja que a mucosa está ulcerada, edemaciada e inflamada.

 Figura B: Mostra a mesma área do reto quatro semanas após a terapia com Naltrexona em dose baixa (LDN). Perceba que mucosa está regenerada e com aspecto saudável. As úlceras foram cicatrizadas e a inflamação desapareceu.

Itália, setembro de 2008, ensaio clínico institucional realizado demonstrou o uso bem sucedido da Naltrexona em dose baixa (LDN), no tratamento da esclerose múltipla.

Stanford Medical Center, Estados Unidos, publicou em 2009 um ensaio clínico demonstrando os benefícios da Naltrexona em dose baixa (LDN), no tratamento da Fibromialgia.

Estados Unidos, fevereiro de 2010, estudo realizado pela universidade da Califórnia, demonstrou benefícios da Naltrexona em dose baixa (LDN), no tratamento da esclerose múltipla.

África, Mali, outubro de 2011, dois estudos realizados demonstraram o uso bem sucedido da Naltrexona em dose baixa (LDN), no tratamento AIDS.

Mecanismo de ação da Naltrexona em dose baixa (LDN)

A Naltrexona em dose baixa (LDN), quando ingerida na hora de dormir, aumenta da produção de beta-endorfinas e meta-encefalinas, promovendo uma intensa resposta imunológica.

Essa resposta ocorre cerca de 4 horas após a ingestão da Naltrexona na hora de dormir, mas perdura durante todo o dia seguinte.

As endorfinas e meta-encefalinas estimulam a produção do linfócitos e fator de crescimento antitumoral. As células cancerígenas quando expostas às meta-encefalinas sofrem uma drástica diminuição da sua capacidade de proliferação.

As endorfinas e meta-encefalinas também aumentam a sensibilidade das células cancerígenas ao fator de crescimento antitumoral e estimulam a apoptose (morte) das mesmas.

Elas também estimulam a produção e a atividade das células Natural Killer, principais células do sistema imunológico envolvidas no combate às células cancerosas, agentes infecciosos, etc.

A Naltrexona aumenta a produção de endorfinas, encefalinas e dopamina, por isso ela pode atuar na melhora do humor, depressão, fibromialgia, fadiga crônica e na redução do apetite.

Efeitos colaterais da Naltrexona em dose baixa (LDN)

A Naltrexona em dose baixa (LDN) é praticamente isenta de efeitos colaterais.

Alguns pacientes, especialmente nas primeiras semanas, podem ter dor de cabeça, sono entrecortado, sono agitado, dificuldade para iniciar o sono ou insônia. Nesses casos o aconselhável é a redução da dose até o organismo se adaptar.

Pacientes que utilizam medicamentos opióides para dor, como: tramadol, morfina, codeína, etc. não devem fazer uso da Naltrexona, mesmo em dose baixa. Até que se faça um desmame completo desse tipo de medicamento, durante 10-15 dias.

Pacientes que fizeram transplante e fazem uso de medicamentos imunossupressores, não devem fazer uso da Naltrexona em dose baixa (LDN).

 


OBS: Lembrando que para saber as dosagens corretas dos medicamentos e/ou suplementos recomendados no artigo, você deve agendar uma consulta ou procurar um médico de sua confiança. Não incentivamos automedicação.

 

 

Links relacionados ao tema

Doenças Autoimunes

Endometriose

Fibromialgia

Artigo escrito por: Dr. Frederico Pretti e Dr. Antonio Geraldo Camara

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